Religião: Samba rock
Por Melquisedec Chaves do Nascimento
Comentei com um amigo outro dia sobre as válvulas de escape que procuramos no dia a dia, então chegamos a conclusão que, elas podem ser: uma aula de tango, uma aula de pintura, um curso de cinema etc. Evidentemente que acima de todas, penso eu, uma das essenciais é poder parar e conversar com os amigos queridos, sempre quando há tempo.
Ainda nessa linha, também chegamos a conclusão que certas coisas nos levam ao estado de transe. De maneira mais ilustrativa: diz-se que o ogã, em sua função no candomblé, é escolhido para estar lúcido durante o trabalho, no entanto, penso eu, que isso não o isenta de sair dessa para uma outra dimensão quando está tocando o atabaque, sentindo a vibração do ambiente e do movimento pelo qual seu corpo é ritimicamente levado.
Penso que o samba rock também dá essa possibilidade. Ao dançar, o rítmo da música nos leva a um estado que não é, por exemplo, um estado racional. Quando digo que não é racional, é porque, ao dançar, quem dita a pulsação do seu rítimo sanguíneo é a batida, o que prefiro chamar de swing da música. Então, eu recomendo, dance samba rock e saia dessa vida, pois o sedentarismo também é "pecado".
Outro benefício do samba rock é o círculo de amizade que se constitui ao longo das noite dançantes, melhor que o termo "balada", não? Assim não é difícil você encontrar aquela(e) parceira(o) que você dançou e pensou "puxa, dança muito". Não é raro você encontrar aqueles amigos que sempre estão no que, eu diria, circuito do samba rock. O curioso é que, hoje, tem samba rock para tudo quanto é público. Se você for numa casa como o Grazie a Dio, por exemplo, encontrará pessoas de uma classe social diferente da que você encontrará no Green Express. Na primeira, o pessoal vai mais para ouvir as bandas ao vivo e bater papo, pois, a meu ver, o próprio espaço é limitado para dançar. Fico com a última casa, na Av. Rio Branco (São Paulo - SP), já que lá a galera, mais família, vai para dançar e também relembrar os velhos tempos da nostalgia ao som de DJs como Meriti e Loo.
Assim, temos também o Mars, bom lugar, um público próximo do que vai ao Grazie a Dio. Tem também, toda quinta, na Galeria Olido, no centro de sampa, excelentes bandas "de grátis." Tem a Mood, em frente a praça Benedito Calixto, onde é possível dançar bastante. Tem os deliciosos bailes nostalgia, na Casa de Portugal ou no Clube Homs. Tem o já mencionado Green Express, que possui uma fachada que, a princípio, não apresenta o ambiente que existe lá dentro, com pessoas sempre a fim de uma boa música nostálgica e figuras carimbadas que já fazem parte do patrimônio histórico da casa, como Selma Samba Rock e o carismático Michael Jackson, sempre bem vestido e com aquele sorriso de menino peralta.
Em síntese, receitaria para você samba rock, porque entre os benefícios estão: fazer amizade, sair do stress, fazer um exercício físico, sair da rotina, ser "possuído" pela batida da música. Mas Ó, o ruim é que vicia, portanto, cuidado para não sair para dançar samba rock em vez de ver sua(eu) namorada(o), perder prova na faculdade para dançar samba rock etc. Só isso que considero um "ponto negativo" do samba rock: o vício, isso também é pecado.
Melquisedec Chaves do Nascimento é admirador do ritmo e dançarino
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3 Comentários:
Samba rock, meu sobrenome, Rosimeire Samba Rock. Ouvir samba rock é uma delicia, dançar samba rock e' voltar inteira pra mim, é nesta hora que esqueço que existe um mundo de problemas, de dificuldades. É parar o tempo e no lugar onde eu estiver dançando so tera eu e meu parceiro, nao importa quao cheio esteja o lugar.
aH, e vicia mesmo, eu mesma ja deixei de ir para escola para dançar. Mas nao é um vicio ruim, é MARAVILHOSO. Eu recomendo.
E já que estamos falando de samba-rock, esta a galera tem de prestigiar:
http://www.estadao.com.br/especiais/disco-perdido-de-dizzy-gillespie-e-trio-mocoto-e-descoberto-apos-35-anos,59385.htm
Sim, acharam após 35 anos uma gravação em que o Dizzy Gillespie tocou com o Trio Mocotó e mais um bocado de gente boa.
Valeu a dica André, postei no blog a matéria.
Grande abraço
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